PH De Portas Abertas: Apresentamos a Gerência de SSMA

PH De Portas Abertas: apresentamos a Gerência de SSMA

 “Quando lidamos com a segurança das pessoas devemos sempre estar na área questionando, incomodando e melhorando algo. Exige uma constante vigilância. Nosso objetivo é sempre construir uma rede de cuidado mútuo.”

Hoje quem abre as portas é a Gerência de SSMA, que nos mostra que na PH, as normas de segurança são seguidas à risca. Quer saber como? Leia a entrevista com o gerente Rogério Abdalla de Miranda e confira as estratégias adotadas em prol da Saúde, Segurança e do Meio Ambiente.

 

Quais são os principais desafios ao gerenciar SSMA em setores como siderurgia, mineração e metalurgia?

Entendo que o grande desafio não é gerenciar o setor de SSMA especificamente. O principal desafio é conseguir um resultado de segurança sustentável, afinal, ele não é um resultado de uma área só, mas uma convergência da ação de todos os setores. Para que consigamos promover uma operação segura e saudável é necessário que haja comprometimento, desde o CEO até os colaboradores que estão nas nossa operações. O produto desta colaboração em todos os níveis e setores é o que define nossa cultura. Só desta forma geramos valor na ponta para que nossos colaboradores possam realizar a sua atividade da melhor forma possível. E quem consolida esta cultura é a liderança. Não adianta ter um grande time de engenheiros e técnicos de segurança se a liderança não assumir seu papel de agente da transformação. Por isso, é muito importante formar as lideranças de ponta. Ela é a responsável por fortalecer e cultivar o cuidado genuíno entre os colaboradores. Nosso fundador tem uma frase lapidar que hoje está em destaque em todos os nossos quadros e murais: “A PH é uma empresa de PESSOAS que operam equipamentos.” Se estamos falando de pessoas e se queremos construir uma cultura, temos que saber conquistar estas pessoas. Pensando nisto, desde 2021, o setor de SSMA está vinculado à Diretoria de Pessoas. Desta forma, conseguimos atuar em parceria com áreas chave, como o RH, por exemplo. Isto proporcionou um grande avanço em nossa forma de pensar segurança.

Como vocês trabalham o conceito de prevenção na empresa?

O conceito de prevenção vem do entendimento que a segurança é, antes de mais nada, um compromisso individual que cada um tem que assumir consigo mesmo. Isto precisa estar presente em cada decisão, em cada dilema que se vive na realidade operacional das equipes.
Havendo este entendimento, cabe a cada líder reconhecer e estimular os comportamentos seguros, promover o apoio e recursos necessários para que a atividade seja realizada da melhor forma possível.
Por fim, é dever de toda a organização, e em especial do SSMA, apoiar com processos e rotinas que facilitem o gerenciamento dos riscos operacionais.
Nesta linha, atuamos em três grandes barreiras ou pilares de prevenção:

. Comportamental: estimular o comportamento seguro através de políticas de reconhecimento e gestão de consequências, além do conceito de cuidado ativo;
. Sistêmico: processos e ferramentas capazes de suportar a rotina operacional, além de padrões operacionais claros, objetivos e repetíveis;
. Condições Físicas: recursos físicos e equipamentos adequados.

 

Quais são as principais políticas de SSMA implementadas pela PH?

Para a PH, a segurança é um valor inegociável! Em seus quase 40 anos de história, a PH vem aprimorando continuamente sua política de SSMA. Para nós, a segurança é um valor inegociável. Isto é indiscutível dentro da organização. Mais que uma política, sempre tivemos como premissas a valorização das pessoas, saúde da frota, transparência e comprometimento socioambiental. Não temos dúvidas de que são pilares que trazem sustentabilidade à nossa operação. Além disto, por atuarmos com um portfólio diversificado de clientes, processos e operações, incorporamos ao longo do tempo o que de melhor vem sendo praticado em termos de políticas voltadas para a segurança, saúde e meio ambiente. Se identificamos uma boa prática de gestão e se há como implementá-la, fazemos isto. Com simplicidade e objetividade, construímos nosso Jeito PH de Ser. Estamos sempre em busca de desburocratizar e enxergar os fatores humanos presentes no contexto organizacional. Nossa política sempre busca sintetizar e transmitir isto.

 

Quais são os principais processos e ferramentas utilizados no sistema de gestão de SSMA da PH?

Dentro do nosso Sistema de Gestão temos ferramentas que são utilizadas para promover uma atuação proativa de todos os atores da prevenção. Por exemplo, quando pensamos na liderança, precisamos sempre fortalecer a relação líder x liderado e promover a didática a partir das nossas políticas. Para o líder, em todos os níveis, implementamos a Observação e Abordagem Comportamental – OAC, onde ele planeja e executa intervenções individualizadas em sua equipe. É um momento de alinhamentos, reconhecimentos e feedbacks sobre as atividades e as oportunidades identificadas. O momento é finalizado com um compromisso assumido entre as partes. Diariamente, os líderes conduzem uma reunião de início de jornada. É o Diálogo Diário de Segurança – DDS, onde situações ou atividades críticas a serem realizadas naquele dia são abordadas, de modo a elevar a atenção e aguçar a percepção de risco dos colaboradores.

Já o time de SSMA realiza sistematicamente inspeções visando a verificar condições de trabalho, além de dialogar com os times e pontuar situações que necessitem de tratativas. Para o público operacional, nosso maior compromisso é estabelecer um canal institucional de comunicação de condições inseguras. Por isto mesmo temos uma ferramenta com um nome bastante intuitivo: FALE FÁCIL. Nosso compromisso é cadastrar e resolver todas as condições com potencial de gerar incidentes. Mas diante de uma situação de risco grave e iminente, eles utilizam a RECUSA A TAREFA, onde uma cadeia de ajuda é acionada para intervenção imediata e regularização de modo a restabelecer a melhor condição para que a atividade seja realizada com segurança.

Numa perspectiva corporativa, mantemos diversos processos para sustentar nossa rotina. Contamos com o software FLUIG® para suportar rotinas como cadastro e análise de incidentes, planos de ação, auditorias sistêmicas, bem como o registro das ferramentas descritas acima. Todos estes dados são transformados em informação e, por meio de um BI, são disponibilizados a todas as unidades para que possam gerar inteligência na ponta. Temos como saber, por exemplo, em qual dia, qual equipamento e qual atividade temos uma maior ou menor incidência de eventos não desejados. Em suma, é um mapa de calor de nossas operações. Com isto, conseguimos nos antecipar e atuar preventivamente.

Estes indicadores também são disponibilizados, porém com uma visão mais estratégica, para a alta administração. Mensalmente, diretores, gerentes de área, gerentes das unidades, coordenadores, supervisores, encarregados e profissionais da área de SSMA se reúnem para analisar criticamente todos estes indicadores, como também os eventos críticos e traçar ações sistêmicas para continuarmos em constante evolução. É uma reunião de atingir o ponto fraco mesmo, de gerar incômodos e reforçar com a liderança o nosso compromisso com a segurança.

 

Como nossa empresa garante a conformidade com as regulamentações de SSMA específicas para cada setor em que atuamos?

É sempre um grande desafio acompanhar o atendimento aos requisitos legais. Temos uma legislação bastante vasta e complexa. Utilizamos o software SOGI® para acompanhar a aderência às conformidades legais. Nosso corpo técnico também está muito atento aos requisitos contratuais, uma vez que sempre são demandados neste sentido. Internamente, mantemos uma Auditoria Corporativa, que avalia todos os requisitos da legislação que são aplicáveis ao nosso negócio, bem como todo o gerenciamento de riscos críticos. Fazemos 3 ciclos no ano e promovemos uma interação com as equipes. Neste ano, por exemplo, recrutamos internamente 3 auditoras, que passaram por uma etapa de formação e começaram a visitar outras unidades. Ou seja, além da constante verificação dos itens aplicáveis, abrimos oportunidade para que os profissionais das pontas conheçam todas as 13 unidades de operação que temos atualmente. No próximo ano, por exemplo, a ideia é aumentar este time.

 

Pode nos falar sobre os programas de treinamento em SSMA oferecidos aos funcionários? Como esses programas são desenvolvidos e atualizados?

Estarmos integrados com o RH e os demais setores dentro da Diretoria de Pessoas é fundamental para desenvolver um programa de treinamentos que permeie todos os níveis e realidades. Inicialmente, nossa preocupação é garantir um bom processo de integração e ambientação dos novos colaboradores que atuam diretamente na operação. Além de garantir a participação em todos os treinamentos legais obrigatórios, mantemos um sólido programa de Apadrinhamento, onde os novatos, durante uma semana, conhecem as atividades e os cenários operacionais, porém, somente observam as atividades. A partir daí, ele é acompanhado por seu padrinho, inicialmente em tempo integral e depois parcial, totalizando 540 horas. Durante este período, tanto a liderança quanto o time de SSMA realizam abordagens comportamentais, para entender as dificuldades e apoiar no que for preciso.

Além disso, estamos realizando um trabalho de desenvolvimento operacional, com instrutores técnicos que visitam as unidades e promovem capacitações de acordo com cada cenário e realidade. E por fim, visando a aprimorar nosso programa de treinamentos legais, já está em fase de desenvolvimento um Programa de Formação Técnica EaD, com conteúdos legais e técnicos totalmente customizados para nossas operações. Estamos confiantes que este projeto agregará valor e segurança às nossas operações.

Para a média liderança, nossa preocupação é torná-los conscientes de seu papel de agente da transformação cultural. Desenvolvemos então o Treinamento Líder Protagonista: uma formação em aspectos de desenvolvimento comportamental sob a ótica da psicologia do trabalho, através da andragogia, que é a abordagem educacional para adultos. Nosso objetivo para o próximo ano é transformar este treinamento em um programa contínuo de formação, com módulos de capacitação definidos.

Já no âmbito da Diretoria de Pessoas, regularmente acontece a Academia de Líderes, encontros virtuais que abordam temas variados que perpassam processos internos e boas práticas de gestão. E por último, são realizados encontros e workshops, como o Encontro CSE – Coordenadores, Supervisores e Encarregados e o SPG – Segurança, Pessoas e Gestão. Realizaremos em breve o terceiro encontro anual, integrando as equipes de SSMA, DHO e Analistas de Gestão.

 

De que forma a empresa promove uma cultura de segurança entre os funcionários e contratados?

Atuamos num segmento onde a realidade operacional está inserida em cenários e atividades perigosas, que exigem controles de segurança robustos para eliminação dos riscos ou sua redução a níveis aceitáveis. Isto exige um trabalho constante da liderança na verificação dos controles, ou seja, na manutenção das melhores condições dos equipamentos, ferramentas e sistemas de proteção, bem como na vigilância da aderência comportamental dos executantes da tarefa (através das ferramentas citadas acima: inspeções, OACs, etc).

Ou seja, não há espaço para erros, portanto, o que foi feito ontem já ficou no tempo. O controle que antigamente mitigava o risco, pode ser que não seja mais eficaz. O colaborador que ontem estava bem, hoje talvez venha trabalhar com algum problema psicológico e o líder precisa perceber e atuar. Para perceber, ele precisa estar na área conversando, ajudando e orientando.

Em suma, quando lidamos com a segurança das pessoas devemos sempre estar na área questionando, incomodando e melhorando algo. Exige uma constante vigilância. Nosso objetivo é sempre construir uma rede de cuidado mútuo, iniciando pela consciência do próprio colaborador com sua autorresponsabilidade, os colegas cuidando uns dos outros e a liderança no eterno dever de zelo e cuidado. Passa, também, pelas áreas de apoio, como o SSMA e termina na Alta Liderança, que fomenta toda a cadeia com planejamento estratégico e recursos para a perpetuação e sustentabilidade dos nossos resultados de segurança. Enfim, é não estar na “zona de conforto”.

 

Cite iniciativas inovadoras que a PH adotou para melhorar a gestão de SSMA.

Sem sombra de dúvidas, o grande divisor de águas foi a informatização de todos os nossos processos. Desde a implementação do Fluig, da telemetria da GaussFleet, do sistema MOBI de gestão de EPIs, o próprio BI, enfim, ferramentas poderosas que facilitam a rotina e simplificam processos. Elas nos ofertam uma gama de dados, que geram informações para tomadas de decisão mais acertadas. E com a simplificação, sobra tempo para o time de SSMA estar presente em campo acompanhando de perto as atividades e apoiando no que for necessário.

 

Como a empresa está lidando com a gestão de resíduos industriais e mitigando os impactos ambientais de nossas operações?

A PH sempre foi referência em economia circular e gestão de resíduos industriais. No segmento siderúrgico, possuímos expertise em beneficiamento de escória para recuperação de metálicos, movimentação em pátios de sucata, de coprodutos e materiais acabados. Na mineração, atuamos com recuperação e descaracterização de barragens, movimentação de estéril e rejeitos. Ou seja, estas atividades hoje são essenciais para a sustentabilidade ambiental e a continuidade dos negócios de nossos clientes. Operar nestes cenários exige uma excelência operacional, possível somente para quem já acumulou experiência ao longo do tempo.

Internamente, nosso compromisso é reduzir os impactos ambientais a níveis tão baixos quanto racionalmente possíveis e economicamente viáveis. Para citar um exemplo, temos uma gestão voltada para a manutenção da frota de modo a controlar o consumo de pneus. Cada pneu está catalogado dentro do Engeman e sabemos todo o histórico deste pneu, desde a sua chegada até o limite de utilização, com aferição regular da profundidade dos sulcos, de modo a preservar sua carcaça. Esta gestão proporciona o reaproveitamento do pneu em até 2 reformas, reduzindo tanto a emissão de carbono em função da não aquisição de pneus novos, quanto a redução do descarte. Ao fim de sua vida útil, são descartados de forma ambientalmente correta. Para se ter uma ideia, entre abril de 2023 e junho de 2024, deixamos de adquirir 1800 pneus novos em virtude de nossa gestão. Para fabricar um pneu de grande porte, são emitidos 150 kg de CO2. Com isto, contribuímos com 270 toneladas de CO2 que deixaram de ser emitidos na atmosfera. Temos outros exemplos neste mesmo sentido, o que comprova que não abrimos mão de nossa responsabilidade com o meio ambiente.

 

Quais são os principais benefícios percebidos pelos nossos clientes ao contratar nossos serviços, a partir da perspectiva de SSMA?

Geralmente os clientes buscam parceiros que sejam referência em segurança e saúde. Para isto, avaliam indicadores de taxa de acidentes. Concordo que se trata de um indicador objetivo. Certamente, uma empresa que tem uma maturidade em segurança terá menos incidentes. Contudo, eles podem acontecer por inúmeras causas. Isto já traz um complicador ao se analisar somente estas taxas. Outro ponto é que, se uma organização possui uma cultura de segurança precária, estes dados podem estar defasados em função de subnotificação. Então, aqui concordamos que “medir” segurança somente por estas taxas não é uma boa opção. Obviamente, trabalhamos com afinco para eliminar todos os eventos, mas buscamos entregar mais do que isto para nossos clientes.

Então, o benefício que queremos entregar é a operação com o melhor controle do risco possível. Vou dar um exemplo de nossa operação mais crítica no segmento siderúrgico: o Hot-Work. São operações intrinsecamente perigosas, uma vez que movimentam materiais críticos, como metal líquido e escórias em temperatura na casa dos 1400ºC. Estas operações demandam um controle de engenharia muito robusto.

Nossos equipamentos são preparados com diversos mecanismos de proteção, como sistema de supressão de incêndio embarcado, revestimentos especiais de mangueiras e chicotes, vidros de segurança, óleos com ponto de fulgor elevado, dentre outros. Nós acumulamos experiência neste tipo de atividade e o aprendizado com os insucessos nos fez aprimorar continuamente todos estes controles. Existem no mercado equipamentos já disponibilizados pelos fabricantes que já vêm com estes sistemas, mas não é algo customizado. É uma solução genérica para situações muito específicas.

Então é justamente este o benefício que o cliente precisa perceber. Ao assumirmos a segurança enquanto valor, buscamos sempre aperfeiçoar nossos controles, ou seja, lá atrás não nos contentamos com o que o mercado nos ofertava em termos de proteção e desenvolvemos internamente com nossas equipes de engenharia controles mais robustos. E ainda nos mantemos vigilantes na busca por aprimoramento. Este é um bom exemplo de valor agregado que não aparece nas estatísticas. Então temos que saber divulgar e fazer os clientes enxergarem isto.

 

Quais são as suas expectativas e metas para o futuro da gestão de SSMA na nossa empresa?

Nossa expectativa é perenizar nossa governança de SSMA, gerando valor por meio de processos que sempre facilitem e preservem a vida das pessoas.

Temos conversado bastante com o time de SSMA, despertando neles a visão de que fazem parte de um ecossistema onde precisam cada vez mais entender de pessoas. Nossa expectativa é que possamos sempre apoiar a PH no desenvolvimento de nossa liderança como gestores de vida e agentes de transformação da cultura.

 

Pode compartilhar conselhos para uma boa gestão de SSMA?

Scott Geller tem uma frase interessante: “Trabalhar com segurança é uma luta diária contra a natureza humana.” À primeira vista, todos nós temos uma inclinação a aceitar esta frase como uma verdade absoluta. Realmente não é fácil. Mas também não precisa ser uma luta diária. No Brasil, o arcabouço legal de saúde e segurança conferiu sempre uma visão punitivista à atuação dos profissionais de SSMA. Os tempos são outros e precisamos estar atentos aos novos paradigmas. Penso que uma boa gestão precisa começar por priorizar a simplificação e a desburocratização, de modo que as ferramentas e processos comecem a fazer sentido para as pessoas. Precisamos ter uma atuação próxima, junto às equipes, entendendo suas dificuldades e buscando soluções em conjunto. Pode até haver algumas lutas diárias, mas ao final o consenso e a parceria precisam prevalecer pelo bem da segurança e saúde das pessoas. Esta é a filosofia que pretendemos perenizar aqui na PH.

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